Sobre o imenso legado do Maestro Israel Menezes na minha vida
Published by Joe Black (Joevan Caitano) on 24/03/2021 às 06:02Me lembrei de você ensaiando esta obra conosco nos tempos de Bacharelado em Música Sacra na Faculdade Batista do Rio. Você nos motivava/educava a cantar MEMORIZADO as obras nos concertos na Capela na Colina. E funcionava. Me lembro que você queria reger o Aleluia de Handel no original em inglês, mas as instâncias superiores nivelaram por baixo e você teve que fazer em português. Você nos trouxe PROFISSIONALISMO naquela Faculdade Batista onde 99,9999% dos alunos vinham de igrejas onde o contexto musical era AMADOR. Você nos motivou a pensar profissionalmente nos nivelando POR CIMA. Nunca me esqueci que logo no primeiro semestre do Bacharelado (eu era calouro em 2000), você nos convidou para assistirmos um concerto com a Orquestra Camerata no Leme. Alguns colegas da nossa turma pegamos o metrô e fomos até o ensaio. Foi ÓTIMO. Nunca havíamos assistido um concerto com uma orquestra profissional. Necessitamos de referências. Vivendo na Alemanha desde 2013, acesso semanalmente performances altamente profissionais e lembro com nostalgia que a primeira nocao de profissionalismo foi despertada por você naqueles ensaios, naquelas aulas quando você trabalhava com SERIEDADE. MUITA SERIEDADE e cobrava de nós postura de SERIEDADE no fazer musical. Me lembro que no ensaio, você falava sobre a importância de saber outras línguas e alguns colegas ficavam rindo nos bastidores dizendo que você era "metido". Conheco pessoas que se acomodaram e nao quiseram estudar outras línguas. Nao sabem o que perderam e estao perdendo culturalmente. Aprender uma nova língua é ABRIR VÁRIAS PORTAS DENTRO DE UMA CULTURA. É emancipacao; é um campo de multiplas possibilidades investigativas. Eu sabia apenas "português" no inicio deste século e em 2017 pesquiso em mais de 7 idiomas (espanhol, italiano, francês, inglês, alemão, russo, grego, japonês, turco, sueco, dinamarquês e finlandês). Você foi um BAITA MOTIVADOR para nós estudantes adestrados na cultura adoratrix do "Deus olha o coração, não importa se é desafinado ou de qualquer jeito".