Experiência no Instituto Cultural Japonês em Colônia (Japan Foundation in Cologne)

Em 2017 fui numa aula introdutória sobre língua e cultura japonesa. O instrutor japonês disse que perguntar em inglês para japoneses no Japão ASSUSTA no primeiro contato. Segundo ele, o Japão hospeda apenas 2% de estrangeiros, 1% residem em Tóquio e os demais estão espalhados em outras cidades. A maioria destes 2% são de chineses e sul coreanos. Há pouquíssimos europeus vivendo no Japão, portanto, quem quer viajar para o Japão para viver, ou pesquisar, estudar, etc, precisa APRENDER JAPONÊS. Os japoneses que conheci aqui na Alemanha nenhum deles falavam inglês. Arranhavam. Exceto japoneses que viveram nos EUA, Inglaterra, Canadá, etc. Em Dresden havia uma mestranda em composição que veio de Seoul. Ela não falava inglês. Ela entendia um pouco, lia razoavelmente bem em inglês, mas falava somente coreano e alemão. Narrei apenas experiências e isoladas. Há controvérsias. Em junho do mesmo ano, viajei para Tóquio para pesquisar no Archives of Modern Japanese Music at the Meiji Gakuin University. Quando cheguei no local da pesquisa, a secretária me falou: intercambiamos emails em inglês, mas nao sei falar inglês. Ela me explicou tudo em japonês e eu fiquei boiando, mas tudo bem. Ela selecionou todo material que pedi por email, e dividiu em etapas. No primeiro dia ela me trouxe uma parte. No segundo dia me trouxe outra parte e assim sucessivamente.
Me lembro que visitei a Biblioteca da Kunitachi College of Music, considerada a melhor biblioteca sobre música japonesa no planeta. Cheguei lá e ninguém sabia falar inglês. Usei mímica e palavras isoladas para me comunicar. Conseguiram uma funcionária super jovial e simpática que sabia se comunicar em inglês. Ela foi minha tradutora e me ajudou preencher um formulário on line em japonês. Me apresentaram uma bibliotecária que sabia muito sobre o compositor Tōru Takemitsu. Ela me trouxe uns 10 livros em ingles, alemao e francês sobre o tal compositor. Eu já conhecia todos eles pesquisando na Alemanha. Pedi para trazer as publicacoes em japonês sobre Takemitsu. Ela foi coletar e voltou com um carrinho lotado de livros em japonês somente sobre Tōru Takemitsu. Depois ela voltou com outra remessa; depois fez uma nova viagem e trouxe uma parafernália de livros sobre o mesmo compositor. A ficha CAIU. Preciso aprender japonês. Nao é possível pesquisar sobre música contemporânea japonesa apenas lendo publicacoes em línguas ocidentais. Para pesquisar com profundidade, é preciso saber a língua local. Aposto que 95% das publicacoes em japonês ainda nao foram traduzidas e provavelmente jamais serao traduzidas. Aquela viagem abriu portas e esticou a minha mente. Eu adoro desafios. Adoro conquistar os meus limites.

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