Diogo Rebel: um seminarista diferencial no Campus da Colina

Em dezembro de 2020, Diogo Rebel (Diogão) completou mais um ano de vida. Lembrei do aniversário dele outrora, quando redigi um testamento histórico narrando vários fatos que marcaram nossa amizade de raíz. Eis aqui um resumo da importância do Diogo na minha vida: Ele foi a primeira pessoa que eu vi pessoalmente quando cheguei no Campus da Faculdade Batista do Rio de Janeiro (antigo Seminário Teológico) as 6:30 da manhã em fevereiro de 2000. Eu cheguei de táxi com malas e vi um mancebo magrinho na porta do internato. Era Diogo que provavalmente saía para tomar café na tia (café patrocinado pelo CADs). Na nossa turma e demais turmas de música sacra e teologia, os alunos foram educados na tradição dos hinos e cânticos espirituais. Diogo foi criado numa família de pais e parentes ateístas que tocavam bossanova, sambas, e conheciam repertório de Schoenberg e Stravinsky, liam poesias e nao liam a Bíblia. Milagrosamente, Diogo havia se convertido numa Igreja Batista e decidiu se matricular no Bacharelado em Música Sacra para trabalhar como obreiro. O pai do Diogo bancava aquele curso caro. mas depois Diogo trancou o curso na metade. Diogo foi trazendo CDs de Tom Jobim, Edu Lobo, Chico Buarque, Toninho Horta, Hermeto Pascoal e afins. Ele foi me introduzindo num outro mundo musical super sofisticado e fui devorando aquilo com MUITA FOME cultural. Me lembro que ele contou que foi num concerto do Itiberê e Orquestra Família e voltou falando empolgado sobre a super competência dos jovens músicos que improvisavam e quebravam tudo harmonicamente. Diogo me apresentou o disco Pedra do Espia. Copiei o CDs e escutei milhoes de vezes. Me emprestou 4 apostilas manuscritas do Ian Guest sobre harmonia funcional. Eu trabalhava como seminarista na Igreja Batista de Sumidouro e nas horas vagas, eu ficava estudando aquele material. Quando fomos seminaristas, Diogo foi um super COLABORADOR nas oficinas de música e cantatas que organizei em Sumidouro e no primeiro concerto autoral que dirigi em 2002 na capela da FABAT fruto do legado do Diogo. Justamente porque Diogo nao nasceu em berço cristão, ele foi um DIFERENCIAL naquele Campus Teológico trazendo ALGO NOVO para os colegas. O CADs (grupo estudantil) organizou um sarau com músicas profanas, e quem tocou? Diogo e Daniel Rebel. Daniel Rebel nao sabia orar, mas sabia tocar maravilhosamente BEM e Deus se alegrou daquela performance jobiniana naquela capela consagrada aos hinos. Depois que me mudei para a Alemanha, estive no Brasil duas vezes (2017 e 2019) e visitei o Diogo nas duas ocasiões. Ir na casa do Diogo e Família, significa visitar ENTIDADES SAGRADAS. Em 2004, tive a honra de ir na cerimônia de casamento do Diogo numa Igreja Católica em nova Friburgo num domingo as 10:00 da matina. No sábado anterior, eu fui para a Rodoviária e Diogo me ligou: Joe! O André (Codeço) está indo para a Rodoviária, mas está sem dinheiro. Você pode comprar a passagem dele? sim sim. Chegamos em Friburgo e Diogo e noiva foram nos buscar de carro. Ela dirigia e Diogo nao sabia pilotar automóveis. Naquela noite, Diogo convidou-me junto com o André para jantarmos massas. Foi a despedida de solteiro com apenas 3 amigos. Em 2019 encontrei Diogo em Campus pilotando carros com absurda competência carregando 3 filhos para o colégio, compras e afins. Diogo tem se destacado como professor Universitário, coordenador de Licenciatura na IFF em Campus, e super competente como bom marido e SUPER PAI sempre presente. Na nossa turma de bacharelado em 2000, Diogo sempre foi um colega ORGANIZADO. Que pena que ele nao se formou conosco em 2003. Eu e André Codeço ficamos para titia sem filhos, mas Diogo compensou-nos com 3. Quando o Francisco filho mais velho do Diogo completar 18 anos, ele e a esposa Andressa lerao uma carta secreta redigida pelo André em homenagem ao primogênito. Carta escrita quando o Francisco nasceu. André Codeço além de super músico, competente cientista, também é muito sensível e afetuoso. O que André escreveu naquela carta lacrada? Somente Deus e Diabo sabem, e sabem que Diogo e Andreza irao chorar quando ler o conteúdo da carta. André psicografou palavras DIVIVAS. Esta foto feita em maio de 2019, quando Diogo e Henrique me convidaram para falar humorísticamente para os alunos numa turma de Licenciatura em Música no Instituto Federal Fluminense. Thank you very much. Gratidão do amigo Joe SABUGO.

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