Desconstruindo a ideia de "genialidade". Sobre o aprendizado de línguas
Published by Joe Black (Joevan Caitano) on 24/03/2021 às 06:05Sobre as línguas nao existe "Mistérios". Se uma pessoa aprende uma língua eslava, as demais línguas eslavas se tornam familiares a partir de uma matrix eslava (no meu caso é o russo). Brasileiros aprendem línguas latinas com absurda facilidade porque somos latinos. Quem aprendeu alemao, consegue ler em outras linguas escandinavas (sueco, dinamarques e noruegues) caso estude um pouco a gramatica das linguas escandinavas (holandes dá pra ler de boa). Na minha turma de japonês em Leipzig há duas chinesas e quando estudamos Kanji (um dos 3 alfabetos do Japonês), elas dizem que se sentem familiarizadas com aqueles signos pois na língua chinesa há milhares de Kanjis. Meu professor de japonês nao sabe coreano, mas disse que auditivamente, se sente familiarizado com a língua. Bastaria ele estudar um pouco e morar na Coreia um semestre ou dois semestres, ele entenderia o oráculo da língua coreana. Depois que aprende-se uma língua asiática, o "asian planet" vai se tornando familiar step by step. Nao existe nenhuma mágica, nem genialidade. Ou seja: Os Monstros linguísticos, sao criados pela ignorância. Chinês nao é "lingua dificil". Um ano vivendo na China e estudando a gramática da língua, dá pra falar de boa disse-me uma professora alema que é sinóloga (professora de Sinologia na Universidade de Dresden). Ela morou na China um período e a coisa fluiu normalmente. Chineses no Brasil nao falam portugues e nos entendem? entao...nós também temos potencial para aprender TODAS AS LÍNGUAS DO MUNDO, desde que haja IMERSAO no local em que falam as línguas. Em 1996 fui na tribo dos Indios Mundurucús no alto Tapajós-Pará e lá convivi um tempo com a Missionária suíca EDITH BIERI. Ela falava o idioma indígena (mundurucú) com absurda fluencia. Aprendeu lá convivendo diariamente com os indios. O filho dela (Haroldo Bieri) também aprendeu mundurucú e se comunicava com os indios. Nao há mistérios nem bicho de trocentas cabecas para aprender as coisas.