Cravistas são Paquitas

Um professor de cravo na UFRJ contou-nos durante uma aula no Mestrado em 2009 que uma ex aluna abandonou o ofício de cravista para viver uma vida como PAQUITA DA XUXA no final década de 80 e início de 1990. Apesar do massacre no meio acadêmico, ela cagou e andou para todo mundo. Simplesmente seguiu em frente ganhando o pão de cada dia $$$$$ e sendo uma ninfeta bem resolvida. Ué? Tu largou a música de elite para trabalhar com isto? Mudei para continuar a mesma. Algum PoBrema??? Provocava ela Sartreanamente. Conheci uma mulher aqui na Alemanha que fez Bacharelado em Violino na Universidade e posteriormente, abandonou a carreira de violinista para ser feliz como cabelereira. Em 2015 conheci um compositor que ganhou bolsa para estudar nos Cursos de Música Nova em Darmstadt na década de 70. Estudou com Stockhausen e outros feras. Posteriormente, ele chutou o balde com aquilo tudo e foi fazer outra coisa da vida. Há casos de profissionais que foram predestinados para a Engenharia, Medicina, Advocacia, etc, mas num determinado momento da vida, decidiram PELA MÚSICA. Romero Lubambo excelente violonista é um destes que foi seduzido pela música e abandonou a engenharia. Aquela cravista que decidiu se tornar paquita, tinha absoluto controle sobre o corpo; era consciente do seu ser e dos impulsos naturais; era possessa por LIBERDADE NA RAIZ; Abdicar da liberdade seria um ato de traição ao eu profundo àvido por novos horizontes. Quem disse que todo bacharelando em piano precisa ser necessariamente um excelente pianista pelo resto da vida? Isto é condicionamento de ambiente. No filme O LEOPARDO do diretor/esteta Luchino Visconti, há uma frase sensacional no fluxo do roteiro e esta máxima representa este post: "É preciso que as coisas mudem de lugar para que permaneçam onde estão."

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