Exploração de seminaristas nas Igrejas
Published by Joe Black (Joevan Caitano) on 27/03/2021 às 09:37Ontem conversei com um pastor sobre o tema exploração de seminaristas nas igrejas. Narrei para ele duas situacoes em que precisei agir com FEROCIDADE para colocar limites: Em 2002 eu trabalhava numa Igreja (sem carteira assinada) e entrei de férias. As minhas férias colidiram com o retiro de carnaval. O pastor da Igreja comecou ligar para a casa de meus pais ENCHENDO O SACO exigindo minha presenca para tocar no retiro. Eu disse NAO. NAO IREI. O cara insistiu, pediu para o pai dele ligar para me convencer e eu disse: tu nao é mais pastor na Igreja, portanto, NAO SE META. O filho pastor tornou ligar e eu mandei ele parar com aquela palhacada. Regressei a igreja após as férias e continuei FIRME. Decidi sair de lá. Saí e fui para outra igreja. Posteriormente, já formado fui trabalhar numa outra igreja e havia um seminarista que era muito próximo do pastor. Ele ficou enciumado quando soube o valor que pedi para trabalhar lá. O cara nao se ligou que o meu passe valia bem mais do que o dele, porque eu nao era mais seminarista. Comecei trabalhar lá sem carteira assinada. 12 meses depois, entrei de férias e logo no primeiro domingo das minhas férias, o tal seminarista me ligou para tocar na igreja. Eu reagi: estou de FÉRIAS. Ele ficou um URSO e queria exigir que eu fosse tocar no culto. Eu disse NAO, e mandei ele CALAR A BOCA. Bati o telefone. Regressei de férias e o tal seminarista estava quietinho. Nunca mais se meteu onde nao devia. Imagine se ele fosse o pastor Titular daquela igreja. Botei limites. Nossas igrejas carregam décadas de exploracao de seminaristas que trabalhavam sem carteira assinada. O rastro é ASSUSTADOR, mas a maioria dos vocacionados, aguentaram calados desaforos nas relacoes de poder. Eu aprendi em 1999 nao levar desaforos de NINGUÉM. Em 1999 enfrentei um pastor empresário durante um culto em Manaus quando ele tentou me humilhar. Fui para cima dele e ameacei de PORRADA. Os membros da Igreja assistiram de CAMAROTE e ninguém se meteu. 3 dias depois, bati a porta do escritório dele na CARA dele (pastor empresário). Ele fez um acordo boca a boca e nao queria cumprir. Depois abusou do poder sendo grosso comigo na frente de todo mundo. Eu CRESCI prá cima dele como um LEAO FEROZ. Em com 21 anos jamais iria perder no mano a mano para um obreiro com 50 anos de idade. A coisa esquentou e um outro pastor decidiu agir como moderador. Colocou nós dois frente a frente, conversamos de boa e ele CUMPRIU O ACORDO. Quem aguenta desaforos calados, fica doente todo reprimido na alma. A vida me ensinou saber se defender. Em 2001, o coordenador do curso de música sacra na Faculdade Batista do Rio de Janeiro (STBSB) aplicou uma "prova surpresa" numa das aulas onde ele era o professor. Ele pediu para os alunos da minha turma escolherem trios porque a prova seria feita em trio. Quando fui escolher meu trio, ele na cara de pau bradou: "Joevan fará a prova SOZINHO". Porque sozinho? "Porque EU QUERO ASSIM". Eu peitei o professor/coordenador DITADOR e disse NAO. Farei em trio. Esculachei ele e nenhum de meus colegas se manifestou para me defender. Todos ficaram calados com olhar de rabos presos num ambiente OPRESSOR. Sorte daquele ditador, porque os celulares com câmeras nao haviam se popularizados. Se um vídeo vazasse na lista dos Batistas, daria MUITA MERDA para ele. Nao há vídeos, mas há MEU DEPOIMENTO. Nossos seminários teológicos sao antros de CONCORRÊNCIAS DESLEAIS. Porque há mais pastores formados do que vagas disponíveis, é natural uns querendo passar a perna em outros para conquistar as vagas no pastorado (algumas vagas oferecendo ótimos salários). Ontem fechei o mês de marco trabalhando numa empresa de engenharia elétrica em Leipzig. Eu cumpro meus horários e vou embora. Semana que vem estarei de folga. Regressarei somente em abril. Está no contrato assinado. Os seminaristas que trabalhavam sem carteira assinada, estavam tao vulneráveis quanto estrangeiros que trabalham ilegal na Europa, Estados Unidos, etc. Ficam vulneráveis as exploracoes e humilhacoes nas relacoes de poder.